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Cidades

Pesquisadores da UEPB desenvolvem técnica que torna possível cultivar feijão em locais com escassez de água

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Fonte de proteínas, o feijão é um dos produtos mais consumidos no país e indispensável na mesa do brasileiro. Nos últimos anos, por conta das intempéries climáticas, a produção de grãos despencou em comparação com safras passadas, o que elevou o preço do produto. Mas uma pesquisa ousada, desenvolvida de forma pioneira pelo Laboratório Ecofisiologia de Plantas Cultivadas (ECOLAB) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), descobriu uma técnica que torna possível o cultivo de feijão em regiões de escassez de água.

A pesquisa, coordenada pelo cientista e pesquisador do Departamento de Biologia, Alberto Soares de Melo, já alcançou resultados surpreendentes e mostrou que o cultivo do produto mais popular do brasileiro pode ser feito com significativa economia de água. O trabalho “Desempenho de cultivares de feijão caupi em condições de semiaridez” nasceu a partir de uma dissertação feita pelo estudante de Mestrado em Ciências Agrárias, Wellison Filgueiras Dutra, e tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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A equipe chefiada pelo professor Alberto descobriu que o ácido salicílico, também usado para produzir aspirina, pode ajudar o caupi (feijão) a ser mais tolerante à seca. Eles se concentraram na germinação, no período em que a planta está apenas brotando e no crescimento precoce. Nas experiências desenvolvidas no laboratório que funciona no Complexo Três Marias, no Câmpus de Bodocongó, o ácido salicílico foi aplicado nas sementes antes que elas começassem a crescer. O processo é uma técnica amplamente utilizada com o objetivo de melhorar o desempenho das sementes à medida que germinam e crescem. Esses tratamentos podem proporcionar proteção contra condições como alta temperatura ou falta de água.

“O ácido salicílico atua sobre respostas em plantas quando expostas a uma condição de estresse”, explicam os pesquisadores Alberto Soares de Melo e Wellison Filgueiras Dutra. Essas respostas, segundo eles, estão associadas com o aumento da eficiência das enzimas que as plantas usam para lidar com o estresse. O ácido tem a capacidade de agir sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas. Conforme a descoberta, o ácido ajuda a planta a ser mais tolerante à seca, porque melhora os mecanismos naturais da planta para lidar com o estresse. Isso, porque aumenta os níveis de três enzimas que ajudam a planta durante uma seca. Os pesquisadores observam, no entanto, que às vezes essas enzimas sozinhas não são suficientes.

Para aplicar a técnica, os pesquisadores da UEPB usaram seis tipos diferentes de feijão caupi que, na Paraíba, é conhecido como feijão macassar, fraldinha ou feijão de corda. Essa espécie, conforme concluiu a pesquisa, tem uma grande variedade genética em termo de resistência a déficit hídrico. O grupo de pesquisadores explica que o objetivo inicial da pesquisa era atenuar em alguma fase do desenvolvimento da planta os efeitos do estresse causado pela deficiência de água. Para isso foi feito todo um tratamento da semente com o ácido salicílico, na fase inicial do desenvolvimento do vegetal, e nas fases de germinação, floração e frutificação do vegetal.

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O tratamento das sementes foi feito colocando-as sobre papel umedecido em água e ácido. Do contato com o papel molhado, a água e o ácido entram nas sementes. Eles também usaram diferentes quantidades de ácido e água para encontrar a melhor combinação. “A aplicação desse ácido é um tratamento simples e barato para aumentar a tolerância ao estresse hídrico no caupi, uma cultura de grande valor no Norte e Nordeste do Brasil”, destaca o professor Alberto. Segundo ele, o aumento da tolerância lhes permite crescer em áreas com maior irregularidade de água.

A pesquisa descobriu que o ácido pode minimizar as perdas de produção e produtividade do feijão caupi e outras culturas, quando cultivadas sob condições de chuvas baixas ou irregulares, como o Nordeste brasileiro. O próximo passo neste trabalho será o trabalho de campo para que os pesquisadores possam determinar exatamente quanta água o tratamento ajuda a economizar, verificando o comportamento do vegetal. A ideia é expandir o cultivo do caupi especialmente para áreas com água limitada, consolidando esse trabalho. Posteriormente, o trabalho será desenvolvido em Catolé do Rocha, no Sertão do Estado.

Wellison Dutra, que também é autor de artigo científico publicado sobre o tema, ressalta a importância da pesquisa para impulsionar a produção futura do feijão. Ele frisa que a problemática da seca afeta a região e, consequentemente, a produção de grãos. “Devido a problemática da seca, e depois de muito planejamento para atenuar seus efeitos na produção de feijão, decidimos por iniciar essa pesquisa. Trabalhamos com seis genótipos e os resultados surpreenderam”, conta.

Na experiência a planta foi induzida a um déficit hídrico similar ao que pode ocorrer em nível de campo, com pouca quantidade de água. Após a aplicação da técnica, acontece a germinação da planta. O crescimento surpreendeu os pesquisadores. Desde a sua implantação até a fase atual, a pequisa tem envolvido estudantes do Mestrado de Ciências Agrárias, alunos da iniciação científica e graduandos do curso de Biologia. Entre os pesquisadores, destaques para Raisa da Costa Ribeiro, que está com um subprojeto sobre a mesma temática; Duval Chaves da Silva, Kamila Alves Xavier, Maria Rocha, Yure Melo, entre outros pesquisadores.

O trabalho foi publicado em importantes revistas científicas e sites americanos como o Agronomy Journal. Os americanos conhecem o caupi pelo nome ervilha de olhos pretos. Outros organismos internacionais já entraram em contato com o professor Alberto manifestando interesse pela descoberta científica. O professor acredita que essa divulgação em outros países é um grande passo para o processo de internacionalização do Mestrado de Ciências Agrárias da UEPB.
Por Severino Lopes/UEPB

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Cidades

Lançado calendário 2024 das plenárias do Orçamento Democrático Estadual no próximo dia 29

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O governador João Azevêdo anunciou, nesta segunda-feira (15), durante o programa semanal Conversa com o Governador, a data de lançamento do calendário das plenárias do Orçamento Democrático Estadual (ODE) 2024. O evento acontecerá no dia 29 de abril, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, às 10h.

Na ocasião, o chefe do Executivo estadual adiantou que as audiências serão iniciadas no dia 3 de maio e todas as demais datas e municípios que sediarão as plenárias do ODE serão divulgados no dia 29. “Nós faremos, mais uma vez, uma grande festa da democracia participativa, ouvindo o povo, dando respostas rápidas às demandas. O Orçamento Democrático vem, ao longo dos anos, aumentando o número de participantes por conta da sua credibilidade porque o governo apresenta um nível de resolutividade muito alto”, frisou. 

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O Orçamento Democrático Estadual é responsável pela promoção da cidadania participativa na Paraíba e tem o objetivo de fomentar o empoderamento popular nas tomadas de decisões governamentais e dos gastos públicos. As audiências públicas representam o momento em que a população é convidada a dialogar diretamente com o governo e eleger as prioridades de investimentos para todas as regiões do Estado.

Secom

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Cultura

Guarabira lança regulamento com inscrições para o Festival de Arte Naif

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Estão abertas, desde a última sexta-feira (05/04), as inscrições para artistas da Arte Naif, de qualquer parte do Brasil, participarem do projeto “Estação Naif – Festival de Arte Naif em Guarabira”. O edital já está publicado e as inscrições encontram-se disponíveis no site da Prefeitura Municipal de Guarabira, com prazo de encerramento no dia 10 de maio próximo.

Podem se inscrever artistas de qualquer parte do Brasil, a partir de 18 anos de idade, com propostas de tema livre ou Temática Específica sobre aspectos que expressem elementos de estações ferroviárias ou história das ferrovias. Em 2024, a cidade de Guarabira se prepara para celebrar os 140 anos da sua Estação Ferroviária, fundada em 5 de Julho de 1884.

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Será uma celebração em dose dupla: primeiro, a Prefeitura Municipal estará entregando à população esse patrimônio histórico revitalizado, onde funcionará o Memorial da Ferrovia e a sala da Secretaria de Cultura e Turismo. Em segundo lugar, em caráter excepcional, estará realizando o seu Festival de Arte Naif nas novas instalações, o qual deverá acontecer na data da inauguração.

“A sociedade estará recebendo esse novo equipamento cultural e, ao mesmo tempo, acolhendo as obras e os artistas da arte naif selecionados para essa edição especial”, diz a nota da Secretaria de Cultura do município.

De forma excepcional, em virtude da data comemorativa e do local que será o salão de exposição, o Festival de Arte Naif em Guarabira, neste ano de 2024, vem adotar a designação do evento como Estação Naif, pois o festival vem se abraçar a um momento cultural importante na história do município, quando estará entregando à população o prédio já restaurado da sua Estação Ferroviária, um equipamento que deverá ser preservado com suas obras de arte, suas relíquias e seu acervo documental.

Para a realização do Estação Naif, com abertura prevista para o dia 4 de julho de 2024, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo acaba de lançar o regulamento de inscrições que traz o formato do evento e aponta as oportunidades de participação dos artistas naif do Brasil, da Paraíba e do município.

O Festival de Arte Naif será lançado com tema livre, tão livre como a própria essência da criação naif, mas adotará um critério de premiação também para obras que apresentem expressões artísticas relativas à história das ferrovias, elementos como viagens de trem e toda a sua beleza no imaginário popular, as partidas e chegadas, as dores e saudades, os lenços de adeus, as esperas e os namoros, as trilhas de ferro, os calçadões, os operários e ferramentas de trabalho, os ambulantes e todo e qualquer elemento humano e paisagístico que enfatize esse rico manancial representativo de toda a jornada ferroviária ao longo da história.

O secretário de cultura do município, Tarcísio Pereira, informou que as inscrições não condicionam os participantes a essa temática, mas serão selecionadas até 20 obras que expressem o tema e estas receberão um prêmio de aquisição à parte, e as mesmas farão parte do acervo permanente do Museu da Ferrovia de Guarabira, incluindo obras de autores guarabirenses.

“As obras não selecionadas dentro da temática, além das já selecionadas e também as demais com tema livre, também estarão concorrendo de forma igualitária aos outros prêmios de aquisição e de reconhecimento que a Prefeitura de Guarabira já vem promovendo ao longo dos anos”, explicou o secretário.

Finalmente, com relação à mudança da data para o mês de julho, a mesma ocorre por duas razões estratégicas: a data de fundação da Estação Ferroviária e, também, o período de retorno às aulas das redes pública e privada de ensino, o que ensejará um agendamento diário de visita estudantil durante os 30 dias da exposição Naif, além de toda a divulgação para turistas.

Os artistas poderão se inscrever entrando no site da Prefeitura de Guarabira, onde encontra-se o banner de acesso para preenchimento das informações e inclusão dos arquivos com imagem das obras.

Leia o regulamento.

Clique aqui para realizar a inscrição.

Codecom

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Paraíba

Governo apoia mais uma vez comerciantes do São João de Campina

Contemplou ainda, microempresários da Feira Central com o Empreender-PB.

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O Governo do Estado vai disponibilizar, mais uma vez, o atendimento aos comerciantes dos festejos juninos de Campina Grande por meio do Empreender PB. Nesta sexta-feira (12) pela manhã, o vice-governador Lucas Ribeiro, juntamente com a secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas; e o secretário executivo do Empreender PB, Fabrício Feitosa, se reuniu com os comerciantes, no Escritório Institucional, para discutir sobre a concessão de crédito; e depois seguiu para a Feira Central, onde o programa deverá atender novos empreendedores.

Na ocasião, o vice-governador reforçou a importância do segmento na festa e compromisso do Governo do Estado com eles. “São os comerciantes que, junto com o povo, fazem o evento e ajudam a torná-lo cada vez maior, por isso precisam ser ouvidos e valorizados. Para além do Empreender, estamos à disposição para dialogar e ajudar com o que for necessário”, disse Lucas.

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A secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, salientou que as ações têm o objetivo de apoiar os comerciantes. “A concessão de crédito para estes segmentos é muito importante para a aquisição de equipamentos e materiais para incremento dos negócios, que repercutem na qualidade do atendimento e da satisfação do cliente e do turista”.

Na reunião, o secretário executivo do Empreender-PB, Fabrício Feitosa, chamou atenção para o cumprimento das etapas do processo. “Passamos todas as orientações para as associações que ficaram responsáveis por realizar a inscrição dos comerciantes, nos dias 22 e 23 de abril. Após a análise, a assinatura dos contratos já será feita na segunda quinzena de maio”.

Na Feira Central, o vice-governador e os secretários de Estado visitaram vários pontos que foram contemplados pela liberação de crédito no ano passado. “Alguns comerciantes estão realizando o pagamento do crédito e outros no prazo de carência, mas ainda existe demanda pela concessão de créditos”, disse Fabrício, que comemorou o bom aproveitamento do valor recebido. “Fazemos todo o acompanhamento e vemos o resultado deste incremento. O apoio foi fundamental para conseguirem fôlego e seguir com suas atividades”.

Secom

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