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Paraíba adotará consulta prévia ao instalar usinas de energias renováveis

Medida recomendada pelo MPF, MPPB, DPU e DPE à Sudema visa reduzir danos às comunidades quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais e assentamentos da reforma agrária.

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Reprodução/Pixabay

Medida recomendada pelo MPF, MPPB, DPU e DPE à Sudema visa reduzir danos às comunidades quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais e assentamentos da reforma agrária.

A partir de agora, toda concessão de licença para instalação de empreendimentos de energia renovável em territórios quilombolas, indígenas ou de comunidades tradicionais no Estado da Paraíba observará a realização da Consulta Livre, Prévia e Informada (CLPI), sempre que o empreendimento demandar Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) ou Relatório Ambiental Simplificado (RAS). A medida vale desde 21 de agosto, após rodadas de discussão em torno de recomendação nesse sentido feita à Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) pelo Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público da Paraíba (MP/PB) – por meio do 42° promotor de Justiça de João Pessoa, José Farias de Souza Filho, e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional às promotorias de Justiça de defesa do meio ambiente, saúde e consumidor, a promotora de Justiça Fabiana Maria Lobo da Silva – e a Defensoria Pública do Estado (DPE-PB).

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A recomendação tem o objetivo de proteger comunidades quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais e evitar que o estado da Paraíba atue em desacordo com o artigo 6º da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Essa convenção estabelece que os governos devem consultar os povos interessados, por meio de procedimentos adequados e, em particular, de suas instituições representativas, sempre que sejam previstas medidas que tenham o potencial de afetá-los diretamente. A Convenção 169 foi promulgada no Brasil pelo Decreto n.º 5.041, de 19 de abril de 2004 e posteriormente consolidada pelo Decreto n.º 10.088, de 5 de novembro de 2019.

A Sudema acatou parcialmente a recomendação expedida em maio e, diante disso, o Conselho de Proteção do Meio Ambiente (Copam), instância que aprecia as concessões de licença concedidas pela autarquia estadual para instalação dos empreendimentos, se comprometeu a aplicar de imediato as medidas aprovadas com ressalvas.

Uma das ressalvas é que, em vez de suspender a concessão da licença de instalação e operação nos casos em que a concessão estiver prevista para ser apreciada nas próximas quatro reuniões do Copam, até 17 de outubro, será permitida a concessão da licença, sob a condição de que seja realizada a Consulta Livre, Prévia e Informada à comunidade.
No entanto, caso na consulta livre a comunidade consultada opte pela não aprovação ou pela modificação do projeto, a licença será suspensa ou cancelada imediatamente, até que as modificações deliberadas na consulta sejam implementadas.

Duas consultas – A Sudema também se comprometeu, ao receber pedido de licença prévia para um projeto de energia renovável (como energia eólica, fotovoltaica e linhas de transmissão) que exija EIA/Rima ou RAS, a verificar se o projeto afeta alguma comunidade quilombola, indígena ou tradicional.

Se for constatado que o projeto impacta alguma comunidade, a autarquia ambiental comunicará o fato aos órgãos competentes, para que seja realizada a consulta livre à comunidade em até 60 dias. O objetivo dessa comunicação é também possibilitar que haja apoio à comunidade para a realização dos contratos de cessão territorial ao empreendimento interessado.

Após a elaboração do EIA/Rima, a ser apresentado na abertura do processo de Licença de Instalação, a Sudema exigirá a apresentação de nova consulta livre, considerando os aspectos apresentados no EIA/Rima. Nesse estágio, a comunidade terá a oportunidade de se manifestar sobre todos os aspectos do projeto.

Consulta prévia para renovação de licença – Nos casos em que a licença para instalação já foi concedida, o órgão ambiental se comprometeu a exigir a realização da consulta antes da concessão da licença para operação. A Sudema também vai exigir consulta prévia na primeira renovação da licença de operação, ou quando provocada de maneira fundamentada pelos órgãos que emitiram as recomendações ou pela comunidade impactada. Isso também será acompanhado de uma avaliação presencial para verificar o cumprimento das medidas compensatórias e das condições estipuladas na licença solicitada.

Sobre a possibilidade de ocorrer possíveis objeções por parte dos empreendedores em relação à realização da consulta livre prévia e informada, o diretor-superintendente do órgão ambiental do estado, Marcelo Cavalcante acredita que não vai haver resistência das empresas, tendo em vista que se trata de uma questão legal. “A OIT 169 é uma recomendação legal e será exigida e eu acredito que não vai haver nenhum tipo de resistência das empresas. Caso ocorra, ela será tratada devidamente, conforme o caso requer”, afirmou o superintendente.

Perguntado sobre os principais desafios para implementar a recomendação, Cavalcante respondeu que a Sudema está muito tranquila, uma vez que essa tarefa será executada por entidades independentes da própria Sudema. “Vai ser pelo Incra para as comunidades quilombolas e tradicionais e pela Funai, para os povos indígenas. Então, nós não entendemos que tenha algum tipo de dificuldade e vamos seguir a recomendação conforme foi acertado na última reunião do dia 21”, declarou.

Protocolo de consulta – A Sudema também acatou os critérios de validade da consulta prévia, que deverá obedecer ao protocolo de consulta a ser desenvolvido pela própria comunidade. Conforme a recomendação, as consultas às comunidades quilombolas devem ser intermediadas pela Fundação Palmares, Incra, Ministério da Igualdade Racial e pela Coordenação Estadual das Comunidades Negras Quilombolas da Paraíba. Quando se tratar de território indígena, a Funai auxiliará a comunidade indígena impactada a construir o protocolo de consulta e realizar a consulta.

Conforme a recomendação, não devem ser aceitas consultas conduzidas pelo próprio empreendedor ou terceiros interessados no empreendimento. A consulta livre, prévia e informada também deve considerar a efetiva participação dos povos interessados nos benefícios financeiros que essas atividades produzam, de acordo com o artigo 15 da Convenção 169 da OIT.

Compensação social – Quanto às medidas de compensação social decorrentes dos impactos causados sobre a saúde, a segurança e o bem-estar das comunidades afetadas, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) avançará nos estudos acerca dessas medidas compensatórias e apresentará propostas para implementação das providências em seis meses. Em dezembro de 2023 haverá reunião para tratar dessas medidas.

“Vamos dialogar com as comunidades que já receberam os empreendimentos, analisar todas as iniciativas e investimentos realizados pelas empresas para entender melhor os impactos desses empreendimentos nessas comunidades, no contexto do equilíbrio entre o meio ambiente, o bem-estar social e o desenvolvimento econômico nessas regiões”, informou a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado da Paraíba, Rafaela Camaraense.

Licenças já concedidas – A Sudema não suspenderá as licenças já concedidas, ou em processo de concessão e implantação, a empreendimentos localizados em territórios quilombolas, indígenas ou de povos tradicionais que não realizaram a consulta prévia até o momento dessa recomendação. A autarquia estadual também não suspenderá as atividades dos empreendimentos que já estão em processo de instalação sem terem realizado a consulta prévia até que regularizem a situação. A medida recomendada orientava a suspensão das atividades até que a consulta fosse realizada.

Outro item que não foi aceito pelo órgão ambiental dizia respeito à concessão de seis meses para que empreendimentos em operação, porém sem consulta prévia realizada, regularizassem sua situação. Caso a consulta prévia fosse contrária à instalação dos empreendimentos nos territórios tradicionais, a licença deveria ser cassada, situação em que o funcionamento do empreendimento deveria ser suspenso e os equipamentos instalados retirados.

A medida ainda destacava que a consulta prévia seria vinculante para empreendimentos já em funcionamento e, caso o resultado da consulta fosse pela não instalação das usinas, a empresa deveria compensar os danos causados à comunidade com a realização e execução de um Plano de Recuperação de Área Degradada.

A formulação das medidas recomendadas é fruto de discussão que envolveu, além dos órgãos recomendantes, representantes da Sudema, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Coordenação Estadual das Comunidades Negras Quilombolas da Paraíba (Cecneq), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), Centro de Ação Cultural (Centrac), AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, Polo da Borborema, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Comitê de Energia Renovável do Semiárido (Cersa).

A recomendação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do MPPB do último dia 17 de maio.

MPPB com Ascom do MPF/PB

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Paraíba

João Azevêdo prestigia inauguração de fábrica de medicamentos para atender pacientes hemofílicos com presença de Lula

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O governador João Azevêdo prestigiou, nesta quinta-feira (4), em Goiana, próximo à divisa da Paraíba com Pernambuco, a inauguração da primeira unidade fabril de produção nacional do medicamento fator VIII recombinante, no Complexo Industrial da Hemobrás. A solenidade contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Saúde, Nísia Trindade; e da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra.

O gestor estadual destacou a importância do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e os investimentos do poder público para assegurar a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. “Nós parabenizamos o presidente Lula e a ministra Nísia Trindade por mais uma ação na Saúde, que, além de atender a demanda nacional pelo medicamento, fortalece o nosso potencial na pesquisa, na ciência, cumprindo o papel do estado de salvar vidas e proteger a sociedade”, frisou.

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O presidente Luís Inácio Lula da Silva evidenciou a ação do governo federal para melhorar a qualidade de vida da população. “Nós estamos colhendo um fruto que foi plantado em 2005, quando tivemos a ideia de criar a Hemobrás e trazê-la para Goiana, garantindo um tratamento adequado e vida promissora e saudável para quem tem o diagnóstico de hemofilia. Estamos conduzindo o Brasil de volta ao rumo do progresso econômico, sustentável e social e o início da produção do fator VIII recombinante é uma resposta nacional que tem o objetivo de reduzir a dependência de insumos e medicamentos estrangeiros porque temos as demandas da saúde como prioridade”, sustentou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a fábrica garante autonomia nacional na produção do medicamento. “Essa é uma iniciativa que exige alta tecnologia e essa base de conhecimento servirá para outros produtos. A Hemobrás é um símbolo do avanço da ciência e tecnologia do nosso país e representa mais um compromisso do governo para chegarmos a esse momento, garantindo o bem-estar da população por meio do Sistema Único de Saúde. Essa é uma empresa estratégica de defesa da vida, que só existia em cinco países e passa a funcionar no Brasil”, comentou.

“Eu agradeço ao presidente pela confiança de nos colocar nesse desafio e vamos fazer a Hemobrás funcionar cada vez melhor porque essa é uma empresa pública e nacional. A Hemobrás detém alta tecnologia, estamos aqui com trabalhadores e trabalhadoras prontos para colocar o recombinante nas ruas e estamos prontos para os desafios futuros”, disse a presidenta da Hemobrás, Ana Paula Menezes.

João Pedro Pessoa, diagnosticado com hemofilia, comemorou o investimento que garante o bem-estar a quem precisa do medicamento. “Hoje é um dia muito importante porque essa fábrica vai trazer muitos benefícios não só pra mim, mas para todos os hemofílicos do Brasil. Nós carregamos um pouquinho da Hemobrás em nossos corações e agradeço pelo esforço que me fez ter uma vida normal”, falou.

A nova fábrica abastecerá 100% da demanda do SUS pelo medicamento fator VIII recombinante, eliminando a dependência externa. A capacidade produtiva é de 1,2 bilhão de unidades internacionais de fator VIII por ano, com possibilidade de ampliação futura.

Também estiveram presentes a primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva; e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional). A secretária executiva da Saúde, Renata Nóbrega, e o chefe de Gabinete do Governador, Ronaldo Guerra, também estiveram presentes.

Secom

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Paraíba

Avanço: Policiais militares da Paraíba são capacitados para realizar licitações internacionais

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Mais um avanço administrativo deve acontecer na Polícia Militar da Paraíba, que agora tem integrantes capacitados para realizar licitações internacionais e consórcios. Durante os últimos dois dias (26 e 27 de março), os policiais passaram por uma capacitação com o professor e advogado Jonas Lima, que além de formação no exterior, é atualmente uma das maiores referências do tema no Brasil.

O momento de capacitação faz parte do incentivo do comandante-geral da PM, coronel Sérgio Fonseca, na qualificação do efetivo da agência de contratações da corporação para que possa fazer aquisições do que há de melhor no mercado nacional e internacional para o trabalho policial militar, resultando numa melhor prestação de serviço à população.

Além dos policiais da agência de contratações e demais unidades da Polícia Militar da Paraíba, foram oportunizadas vagas para capacitar também integrantes do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil, Secretaria de Administração Penitenciária, Secretária de Estado da Administração, Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social, Casa Militar do Governador, Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan) e da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PBSaúde).

Ascom

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Paraíba

MPPB receberá emenda parlamentar para investir em tecnologia digital

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O Ministério Público da Paraíba deverá receber recursos de emenda parlamentar destinados a investimento na área de tecnologia digital. A garantia foi dada durante visita do deputado federal, Romero Rodrigues, à instituição, no dia 11/03. O parlamentar foi recepcionado pelo presidente e por membros do Colégio de Procuradores de Justiça (CPJ), na sala de sessões do colegiado, na sede do MPPB, em João Pessoa. Ele recebeu os agradecimentos da instituição e a garantia de que os recursos serão revertidos em uma maior prestação de serviços à sociedade.

O presidente do CPJ, Antônio Hortêncio Rocha Neto, agradeceu o empenho e a sensibilidade do parlamentar em reconhecer a importância do pleito do Ministério Público, que, por limitação imposta pelo orçamento público, teria dificuldades de investir no crescimento da instituição sem a destinação de emendas para projetos específicos. De acordo com o procurador-geral de Justiça, a intenção do Ministério Público é investir em ferramentas digitais que tragam mais agilidade e eficiência ao trabalho dos membros e dos servidores da instituição, incluindo, as facilidades trazidas pela inteligência artificial. 

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Romero Rodrigues colocou-se à disposição da instituição para mediar e contribuir em futuros diálogos na Câmara Federal que estejam relacionados a questões de interesse da instituição, seja apoiando projetos em defesa do Ministério Público, seja se posicionado ao lado da instituição quando em iniciativas desfavoráveis ao MP e à sociedade. 

Estavam presentes os procuradores e procuradoras de Justiça, Kátia Rejane de Medeiros Lira Lucena, Álvaro Cristino Pinto Gadelha Campos, Francisco Sagres Macedo Vieira, Marilene de Lima Campos de Carvalho, Vasti Clea Marinho da Costa Lopes, Herbert Douglas Targino, Aristóteles de Santana Ferreira, Victor Manoel Magalhães Granadeiro Rio, João Geraldo Carneiro Barbosa, Francisco Paula Ferreira Lavor, Sônia Maria de Paula Maia, Francisco Antônio de Sarmento Vieira e José Guilherme Soares Lemos.

Assessoria / MPPB

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