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Educação

Eleições: garantir vagas em creches está nos planos do seu candidato?

Cabe às prefeituras elaborar políticas públicas para a educação básica.

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Imagem: Pixabay/ ilustração

As novas gestões municipais terão a tarefa de garantir que todas as crianças frequentem as escolas. Quando o assunto é a universalização do ensino, o Brasil não apenas não avançou como recuou nos últimos anos, especialmente na educação infantil – etapa cuja administração cabe aos municípios. E não é apenas na pré-escola que o país precisa avançar, mas na oferta de vagas nas creches, que têm filas de espera em diversas cidades do país.

A educação é um direito da população e, para especialistas, o tema deve ser observado com atenção por aqueles que vão escolher representantes pelos próximos quatro anos nas eleições municipais de outubro deste ano.

Demandas não faltam. “Famílias ficam com as crianças em uma fila de espera e não conseguem ter o seu direito garantido. Muitas vezes também os municípios não conseguem priorizar o acesso à creche para as crianças que estão em situações de vulnerabilidade, por ainda não ter organizado critérios de priorização no caso de não ser possível atender a toda a demanda. A gente tem ainda o cenário de famílias que desconhecem o direito do acesso à creche ou que também não vão atrás de uma vaga por saber da dificuldade no seu contexto de conseguir uma vaga para criança próximo à residência ou próximo ao local de trabalho”, ressalta a gerente de Políticas Públicas da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), Karina Fasson. A fundação é uma organização da sociedade civil voltada para a primeira infância.

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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2019 e 2022, o Brasil não avançou na meta de universalizar a educação infantil. A frequência escolar das crianças com 4 e 5 anos de idade – início da obrigatoriedade da educação básica – recuou 1,2 ponto percentual no período, passando de 92,7% para 91,5%.

No Brasil, todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos devem estar matriculados na escola, conforme a Emenda Constitucional 59/09. Os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, que abrange creches (para bebês e crianças até 3 anos) e pré-escolas (4 e 5 anos). 

Rio de Janeiro (RJ), 15/08/2024 - Espaço de Desenvolvimento Infantil(EDI) Claudio Cavalcanti, em Botafogo. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
No Brasil cabe às prefeituras elaborarem políticas públicas para a educação básica – Tânia Rêgo/Agência Brasil

A creche não é uma etapa obrigatória, e as famílias podem optar por matricular as crianças, mas é dever do poder público oferecer as vagas que são demandadas. Isso ficou ainda mais claro em 2022, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ampliar a obrigatoriedade da oferta de ensino também para creches. Até então, os municípios podiam negar a matrícula alegando falta de vagas. As eleições de 2024 serão as primeiras desde que a decisão entrou em vigor.

Ainda segundo o IBGE, em todo o país, cerca de 2,3 milhões de crianças de 0 a 3 anos não estão em creches por alguma dificuldade em acessar o serviço: seja por falta de escola, inexistência de vaga ou porque a instituição de ensino não aceitou o aluno em função da idade.

“A gente tem um desafio da garantia da educação infantil com qualidade. Não basta oferecer uma vaga. Essa educação tem que ser uma educação de qualidade, que esteja alinhada com os documentos nacionais vigentes”, diz Fasson, que acrescenta:

“A importância de uma proposta pedagógica centrada na criança, nos seus interesses, na maneira como ela se desenvolve, que considere o lúdico, que considere a exploração dos diferentes ambientes, das diferentes linguagens.”

Educação no centro do debate

Segundo a professora do Departamento de Ciência Sociais da Universidade Federal Fluminense em Campos (ESR/UFF), Mariele Troiano, que atua na área de Ciência Política, embora haja um certo consenso sobre a importância da educação, o tema não ocupa espaço central nas campanhas eleitorais.

“Os municípios são responsáveis pela maior porcentagem da educação básica em nosso país e conforme o Artigo 211 da Constituição Federal, espera-se dos municípios protagonismo no ensino fundamental e na educação infantil. Então, o tema deveria estar entre prioridades absolutas dos candidatos. Na minha concepção, ainda podemos avançar mais”, diz Mariele.

Para ela, o debate em torno da educação precisa ser melhor qualificado. “Na minha percepção, afirmar em campanhas eleitorais que precisamos ‘de mais escolas, mais creches’ não sustenta mais os discursos. É preciso apresentar propostas que considerem a educação em sua completude: desde o transporte escolar, a merenda, o material escolar, a capacitação do corpo docente, o salário e carreiras dos funcionários. O ensino que seja de qualidade, mas também inclusivo. Poucos candidatos estão falando de educação inclusiva, por exemplo”.

Crianças do Centro de Educação Infantil do Núcleo Bandeirante. Professora Rebeca Breder. Elza Fiuza/Agência Brasil
Em outubro, eleitores vão escolher os prefeitos dos mais de 5 mil municípios brasileiros – Elza Fiúza/Agência Brasil

Diante da decisão do STF, a professora esperava que as creches ocupassem um espaço mais central durante a campanha, o que não tem acontecido. “O Supremo ratifica a responsabilidade do município com a educação desde a creche, passando pela pré-escola e pelo ensino fundamental. Embora a aposta como tema quente, muitos candidatos ainda não o consideram relevante. Acho que isso reforça ainda mais a importância da decisão de 2022, como revela ser um ponto crucial para a escolha eleitoral”.

Cabe, então, ao eleitorado cobrar isso dos candidatos. “O eleitorado é atravessado diretamente pelo tema, no seu dia a dia. Não só é a criança que precisa da escola, da creche enquanto os pais trabalham, mas porque a escola significa também saúde, alimentação, transporte, segurança. Além disso, a educação em nosso país é sinônimo de transformação social, possibilidade de melhores condições de vida. Estar atento ao tema nas eleições já sinaliza a consciência do exercício do direito e dever estruturado e fomentado pelo viés educacional”, defende.

Direitos das crianças

Oferecer uma educação infantil de qualidade e acreditar nas crianças como possibilidade de mudança do mundo foi o que motivou Simone Serafim do Nascimento a seguir a carreira do magistério. Ela é professora articuladora (coordenadora pedagógica) no Espaço de Desenvolvimento Infantil Claudio Cavalcanti, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A creche pública atende de forma integral 140 crianças de 2 e 3 anos de idade.

“A gente acredita muito nessa potência da educação infantil, como uma etapa da educação básica que valoriza as crianças e que dá esse protagonismo para elas, enquanto cidadãos que já são”, diz.

“O professor atua como um mediador, aproveita as brincadeiras das crianças, tem uma escuta e uma observação muito atenta para, a partir dessas brincadeiras das crianças, criar situações de aprendizagem”, explica.

Na escola, tudo vira aprendizado. Ela conta que um dos projetos desenvolvidos veio de uma lanterna que uma das crianças trouxe de casa. A partir das brincadeiras, foi incentivada uma investigação com luz e sombra e, consequentemente, com fotografia. Os estudantes entraram em contato com fotografias de diferentes culturas. As crianças puderam depois tirar as próprias fotos, que viraram exposição na escola.

“As crianças recém-chegadas ao mundo, são pesquisadoras natas. E nós, professores de educação infantil, nos aguçamos para pesquisar a pesquisa das crianças”, diz a professora.

Rio de Janeiro (RJ), 15/08/2024 - Simone Serafim do Nascimento, professora articuladora do Espaço de Desenvolvimento Infantil(EDI) Claudio Cavalcanti, em Botafogo. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Simone Serafim do Nascimento é professora articuladora do Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Claudio Cavalcanti, em Botafogo – Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo Simone, a experiência que desenvolvem na creche deveria ser oferecida para toda a população que precisa desse serviço. “O que eu vejo hoje nesse mundo moderno, até como mulher, como profissional, é que todos precisam da creche, porque é esse espaço das crianças, para que as crianças fiquem em segurança, fiquem se desenvolvendo, para que a família tenha suas escolhas de vida, profissional ou não. Mas a creche é realmente um direito da criança”.

Para Simone, nas eleições de 2024, o tema da educação será um diferencial. “Escolher candidatos que pensam a educação como uma forma de transformar e de mudar a sociedade, de reduzir a desigualdade, valorizar a educação pensando numa perspectiva de mudança e de mobilidade social, de redução de desigualdades sociais, é algo importante”, diz.

“Também que [os candidatos] tenham nas suas pautas a valorização do professor e a valorização da educação de forma integral. Valorização dos profissionais, qualificar as formações, valorizar as formações, valorizar a instituição enquanto prédio, favorecer melhores condições de acesso e de continuidade nas escolas”.

Agência Brasil

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Educação

Visando captar recursos do Fundeb, Júnior Ferreira propõe transferência da Biblioteca Municipal

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Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Guarabira, o vereador Júnior Ferreira (União Brasil) apresentou requerimentos voltados ao fortalecimento das áreas de educação, cultura e esporte no município.

Entre as solicitações apresentadas no último dia 23/10, o parlamentar pediu que a Prefeita Léa Toscano realize um estudo para a transferência oficial da Biblioteca Municipal, localizada próxima à Catedral da Luz, da Secretaria de Cultura para a Secretaria de Educação. Segundo Júnior, a mudança permitiria que o espaço passasse a receber investimentos do FUNDEB e de outros programas, garantindo melhor aproveitamento e estrutura para a comunidade.

O vereador também solicitou ao Secretário de Infraestrutura a instalação de uma mini quadra de areia em frente ao ginásio da Escola Edvardo Toscano, utilizando o espaço já existente no local, como forma de incentivar a prática esportiva entre os jovens.

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Por fim, JF encaminhou pedido ao deputado federal Ruy Carneiro para a destinação de recursos voltados à construção de muro e implantação de iluminação no campo de futebol da comunidade Contendas, localizado próximo à Unidade Básica de Saúde (UBS).

As propostas reforçam o compromisso do vereador com ações que promovam melhorias estruturais, incentivo à educação e ao esporte, beneficiando diferentes setores da população guarabirense.

Secom/CMG

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Educação

Grupo de dança da Assistência Social é tema de TCC na UFPB

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O grupo Dança em Cena, vinculado ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) da Secretaria de Assistência Social de Guarabira, foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da professora Amanda Martins, recentemente aprovado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Intitulado “Entre limites e possibilidades: o ensino da dança no âmbito da assistência social em Guarabira a partir da experiência do grupo Dança em Cena”, o estudo analisa como a dança tem se consolidado como uma importante ferramenta de transformação social e fortalecimento de vínculos entre os adolescentes atendidos pelos serviços socioassistenciais do município.

A pesquisa destaca o papel fundamental da assistência social como um espaço de acolhimento, convivência e desenvolvimento humano, evidenciando o impacto positivo das atividades artísticas na formação pessoal e coletiva dos participantes. O grupo Dança em Cena é um exemplo vivo de como a arte pode ultrapassar barreiras e criar oportunidades, promovendo a autoestima, o protagonismo juvenil e a inclusão social.

A secretária de Assistência Social, Verônica Macedo, parabenizou a professora pela pesquisa e reforçou a importância do trabalho desenvolvido nos serviços: “O Dança em Cena representa o que acreditamos na política de assistência social, o poder da arte como instrumento de transformação, fortalecendo vínculos e oferecendo novas possibilidades de vida para nossos adolescentes”, destacou.

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Secom/PMG

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Educação

Alunos Nota 10 do 2º bimestre 2025, são destaques na ECI JOSÉ SOARES DE CARVALHO

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Nesta segunda, 11 de agosto de 2025, no colégio ECI JOSÉ SOARES DE CARVALHO, em Guarabira, foi realizada a entrega dos certificados para os Alunos Nota 10 do 2º bimestre de 2025. Na ocasião, além dos certificados, foram recepcionados com um café da manhã e cada um recebeu uma caixa de bombons. Parabéns a todos os alunos que conseguiram este excelente resultado! Seus esforços e dedicação nos estudos foram determinantes para esta grande conquista! Confira nas fotos abaixo os alunos premiados.

Coordenadora Anne de Souza entregando o certificado para aluna Nota 10 ao lado da direta do ECI José Soares de Carvalho, Elisabete da Silva.

Fonte: ECJ José Soares de Carvalho/Diretora Elisabete

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