Com dois hortos florestais, um herbário, um Laboratório de Zoologia e Botânica e três cursos de pós-graduação na área ambiental, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) terá o seu Jardim Botânico. O Conselho Universitário (Consuni) da Instituição aprovou, por maioria, a criação do Jardim Botânico Professor Ivan Coelho Dantas, em reunião ordinária realizada terça-feira (18), no Auditório da Biblioteca Central, no Câmpus de Bodocongó, em Campina Grande.
A proposta de criação do Jardim Botânico da UEPB foi relatada pelo vice-reitor Flávio Romero Guimarães que, em seu parecer, destacou o legado do biólogo Ivan Coelho e ressaltou que a institucionalização do Jardim Botânico vai favorecer o surgimento de financiamento e captação de recursos para os projetos voltados para a conservação e preservação do meio ambiente.
O projeto de criação do Jardim Botânico foi elaborado por uma Comissão nomeada pelo reitor, e composta pelo gerente do programa de arborização da UEPB, Arnaldo Bezerra de Menezes, e pelos professores Daniel Duarte, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Câmpus Areia; José Iranildo Melo, botânico e coordenador do herbário da UEPB; Thúlio Antunes de Arruda e Nycia Stelita Soares, do Departamento de Farmácia; Luína Alves Marinho, arquiteta da Instituição; Eugênio Elói, coordenador de Esporte e Lazer; e Zenaíde Nunes Magalhães, vice-presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos.
Para o professor Flávio Romero, a criação do Jardim Botânico, vinculado à Reitoria, se reveste de significativa importância, uma vez que, ao logo dos anos, os espaços físicos que integrarão o futuro equipamento ambiental vem sendo utilizado para diversas atividades de pesquisa e de extensão, notadamente, nas áreas de Biologia, Ciências Agrárias, Ciências Agrícolas e Farmácia.
Um dos defensores do projeto, Arnaldo Bezerra, ressaltou que a UEPB dispõe de dois viveiros de mudas funcionando no antigo Setor de Piscicultura de Campina Grande e na reserva do Câmpus de Lagoa Seca. Ele destacou que, além de possibilitar a captação de recursos, o Jardim poderá contribuir para formar um cinturão verde no CCBS, bem como favorecer a revitalização da mata ciliar em torno do Açude de Bodocongó.
O Jardim Botânico será feito em polos, em que as áreas separadas (Parques Setoriais, Herbário e trilhas interligantes) formarão parte de um todo, junto com a maior porção de área cercada, que seria a do antigo Horto Municipal. O próximo passo agora será a criação do Estatuto do espaço e o seu registro na Rede Brasileira dos Jardins Botânicos.
Programas de assistência estudantil
Na reunião, o Consuni também aprovou quatro processos encaminhados pela Pró-Reitoria Estudantil (PROEST), propondo a reformulação dos programas de Bolsa Moradia, Bolsa Manutenção Parcial, Bolsa Manutenção e Restaurante Universitário. Em relação ao Restaurante Universitário, ficou estabelecido que o programa se aplique em duas modalidades, sendo uma oferecendo refeições gratuitas para os estudantes bolsistas de graduação e pós-graduação e outra ofertando bolsa de 50% do valor da refeição.
O programa beneficia alunos devidamente matriculados na UEPB, em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Para concorrer às seleções da PROEST e ter direito ao benefício, os alunos precisam se enquadrar nos requisitos do programa e cumprir as normas da Resolução aprovada. A pró-reitora Estudantil, Núbia Nascimento, ressaltou que a proposta regulamenta este tipo de assistência e vai possibilitar à PROEST fazer um melhor acompanhamento do programa.
Em relação aos programas Bolsa Moradia, Bolsa Manutenção Parcial e Bolsa Manutenção Total, as novas propostas reforçam requisitos para ingresso, apontam regras e mostram o que é vedado e pode implicar em perda do benefício. Atualmente, 73 estudantes têm direito à Bolsa Manutenção Parcial, no valor de R$ 253, enquanto 250 alunos são contemplados com a Bolsa Manutenção Total, no valor de R$ 506. Essas bolsas são pagas a alunos dos oito câmpus da Instituição. O reitor Rangel Junior lembrou que, a despeito da crise, a UEPB manteve todos os programas de assistência estudantil, tendo, inclusive, ampliado alguns deles. Os investimentos nessa política, nos últimos sete anos, ultrapassam os R$ 6 milhões.
Bacharelado em Agronomia e Núcleo de Arte e Cultura
Durante a reunião do Consuni foi aprovada ainda a proposta encaminhada pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), propondo a criação do Curso de Graduação em Agronomia, no Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), Câmpus IV, em Catolé do Rocha. Ao defender a proposta, o professor José Félix Brito relatou que o curso nasce devido a alta evasão na Licenciatura em Ciências Agrárias, que existe há 15 anos. O CCHA já reúne todas as condições de implantação do novo curso e a medida não implica em novas despesas para a UEPB, já que será aproveitada a estrutura já existente. Além da infraestrutura, o Câmpus IV conta com um corpo docente qualificado, formado por 15 doutores e cinco mestres.
O curso será diurno, terá carga de 3.600 horas/aula, duração mínima de 10 períodos e máxima de 15 períodos para conclusão da grade curricular. Muitos alunos da Licenciatura em Ciências Agrárias já manifestaram interesse em migrar para o Bacharelado em Agronomia, mas quem preferir poderá concluir o curso de Licenciatura normalmente.
Rangel Junior frisou que a UEPB não está desmanchando nenhum projeto concebido no passado, mas fazendo uma adaptação às exigências do novo tempo. O Consuni também aprovou a proposta de criação do Núcleo de Arte e Cultura do Centro de Ciências Exatas e Sociais Aplicadas (CCEA) do Câmpus VII, em Patos. O Centro, conforme destacou o professor Adeilson da Silva, relator do processo, já dispõe de um conjunto de atividades de Arte e Cultura, mas que ainda não estava regulamentado dentro da Instituição. A iniciativa, criada com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT), não gera custos para a UEPB.
Texto: Severino Lopes
Assessoria/UEPB