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Terceiro voo de Israel com repatriados chega a São Paulo

Avião da FAB trouxe 69 brasileiros que moravam em Israel.

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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A angústia foi grande. Por uma longa semana, a mulher do engenheiro civil Luciano Graicer, 61 anos, não conseguiu dormir. A insônia foi provocada pela preocupação com o filho, Rafael Graicer (foto), que estava em Israel e que, na manhã de hoje (13), retornou ao Brasil. 

Rafael estava em Israel há três meses, vivendo na cidade de Ra’anana. Foi para lá estudar e trabalhava em um hotel, quando tudo aconteceu: a intensificação do conflito entre Israel e o grupo político e militar Hamas, que teve início no último sábado (7) e já contabiliza mais de três mil mortes. 

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“Foi difícil convencê-lo a voltar. Só convencemos o Rafael a retornar porque eu e a mãe dele pedimos. A mãe não estava desesperada. Ela estava fora de si. Ela não conseguia mais fazer absolutamente nada. E ela o convenceu a voltar”, contou o pai a jornalistas hoje (13), na Base Aérea de Guarulhos, em São Paulo. “Ele viu nosso desespero e conseguimos convencê-lo a retornar”, acrescentou.

Naquele dia 7, quando começou o conflito, Rafael queria ter ido a uma festa rave, chamada Universo Paralello, realizada em Israel, perto da Faixa de Gaza. Mas não foi porque acabou sendo chamado para trabalhar num hotel. 

Mais tarde, Rafael soube que militantes do Hamas entraram em território israelense e mataram várias pessoas. Entre elas, mais de 260 que estavam na festa rave. Entre os feridos estava um amigo dele. 

“Uns dias antes ele me disse: ‘pai, eu vou em uma festa. Tem uma turma de brasileiros bem grande, mais de 100 pessoas. E eles iriam à festa. No sábado de manhã, ele ligou e me acordou dizendo: ‘eu não fui na festa’. Eu nem sabia o que estava acontecendo. E ele me falou para ligar a TV para ver o que estava ocorrendo [a guerra]. Havia mais de 50 amigos dele, todos brasileiros, que estavam nessa festa. Um dos amigos, que dormia no mesmo quarto, ficou ferido por granadas”, relatou o pai. 

Emoção na chegada

A emoção bateu para a família de Rafael quando ele finalmente desembarcou no Brasil e eles puderam vê-lo a distância, separados por uma grade. E eles não foram os únicos a se emocionar. O desembarque foi marcado por acenos de passageiros, choro e abraços com parentes, entre as grades, sob muita emoção. Houve também uma salva de palmas. 

Antes de um contato mais forte, os passageiros tiveram que passar pela alfândega na Base Aérea, enquanto os parentes ainda aguardavam do lado de fora. 

O terceiro voo de repatriação de brasileiros que estavam em Israel chegou na Base Aérea de Guarulhos às 11h30 de hoje (13). Esse voo faz parte de uma missão do governo federal para trazer de volta ao país brasileiros que desejaram deixar a região de confronto entre o Hamas – grupo político e militar que controla a Faixa de Gaza – e Israel.

O mesmo voo da Força Aérea Brasileira (FAB) é parte da Operação Voltando em Paz. Ele trouxe 69 brasileiros de volta ao país, sendo que cinco deles desembarcaram no Recife mais cedo, às 6h07 da manhã. Por volta das 8h33, o avião saiu do Recife com 64 passageiros a bordo, com destino a São Paulo. Entre os passageiros, duas mulheres grávidas. 

Todos esses passageiros decolaram de Tel Aviv, em Israel, ontem (12), às 11h55 (horário de Brasília). A aeronave – um KC-390 Millennium da FAB – fez  pousos técnicos em Lisboa, em Portugal, e em Cabo Verde, antes de chegar ao Recife na manhã de hoje. 

Dos passageiros a bordo, 29 são de São Paulo. O restante é de outros estados que seguirão viagem depois. A FAB disponibilizou um ônibus para levá-los da Base Aérea para o aeroporto de Guarulhos. 

Segundo a FAB, até o momento, todas as aeronaves empregadas na Operação Voltando em Paz já foram responsáveis pelo retorno seguro de 494 passageiros. A primeira aeronave trouxe ao Brasil 211 deles. A segunda, outros 214. 

A violência em Israel e na Palestina chegou ao sétimo dia nesta sexta-feira, com a continuidade de intensos bombardeios na Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de palestinos.

Autoridades locais já contabilizam 1,2 mil mortes e mais de cinco mil feridos. Há pelo menos 180 mil desabrigados. Em Israel, segundo a emissora pública Kan, o total de mortos havia aumentado para 1,3 mil desde o último sábado, quando começaram os ataques violentos do grupo islâmico Hamas. 

Outros voos

A FAB informou, também, que há ainda outras aeronaves se preparando para repatriar brasileiros. Um avião KC-30 (Airbus A330) já decolou de Roma, na Itália, às 10h18, no horário local (5h18 em Brasília), com destino a Tel Aviv,  onde fica o Aeroporto Internacional Ben Gurion. A previsão é de que esse voo chegue na noite de amanhã (14) ao Rio de Janeiro. Um outro avião deve chegar ao Rio na noite de domingo (15).  A FAB também se prepara para fazer a primeira repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Uma aeronave VC-2 (Embraer 190), utilizada pela Presidência da República, está pronta, no Aeroporto de Roma, na Itália, aguardando autorização das autoridades egípcias para a operação. 

Esse avião deve pousar no Egito, já que a expectativa é que os brasileiros saiam pelo posto de fronteira de Rafah, que conecta Gaza com a Península do Sinai, no território egípcio.

Ontem (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou ter conversado por telefone com o presidente de Israel, Isaac Herzog, e disse ter agradecido pelo apoio para a retirada de brasileiros do Oriente Médio.

“Reafirmei a condenação brasileira aos ataques terroristas e nossa solidariedade com os familiares das vítimas. Solicitei ao presidente todas as iniciativas possíveis para que não falte água, luz e remédios em hospitais. Não é possível que os inocentes sejam vítimas da insanidade daqueles que querem a guerra”, escreveu Lula. 

Ele disse ainda ter feito um apelo para que as pessoas que queiram sair da Faixa de Gaza pelo Egito tenham segurança e se colocou à disposição para tentar encontrar um caminho para a paz.

Agência Brasil

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Brasil

Brasil estuda medidas para romper relações militares com Israel

Ação seria resposta à guerra em Gaza, tida como genocídio pelo Brasil.

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© Roque de Sá/Agência Brasil

O governo brasileiro estuda medidas para romper relações militares com Israel em resposta às ações de Tel Aviv na Faixa de Gaza, classificadas pelo Executivo como um genocídio do povo palestino. A informação foi confirmada pela Assessoria Especial do presidente da República.  

O assessor-chefe especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, disse à Agência Brasil que é preciso tomar medidas coerentes com princípios humanitários.

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“Pessoalmente, acredito que a escalada dos massacres em Gaza, que constituem verdadeiro genocídio com milhares de civis mortos, incluindo crianças, é algo que não pode ser minimizado. O Brasil precisa, inclusive, por meio das medidas apropriadas, ser coerente com os princípios humanitários e de direito internacional que sempre defendeu”, afirmou.

Nesta semana, Amorim recebeu um grupo de 20 parlamentares e outras lideranças que vieram pedir ao governo que rompa relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel.

No início deste ano, o governo já havia cancelado a compra de blindados israelenses que estava prevista pelo Ministério da Defesa em função da situação de Gaza.  

O governo avalia que o rompimento de relações diplomáticas seria algo delicado e complexo e que poderia prejudicar tanto os brasileiros que vivem em Israel quanto os palestinos, diante do fim da possibilidade de contato com Tel Aviv.

Por isso, o governo considera que o rompimento de relações militares, com suspensão de contratos e cooperação nesse setor, pode ser uma resposta adequada à escalada da violência e do cerco contra a Faixa de Gaza e os palestinos, incluindo a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerados ilegais pelo direito internacional.

Pressão social e política

Ao sair da reunião com Amorim, a deputada Natália Bonavides (PT-RN), que articulou o encontro, explicou que o governo estuda essas medidas e pode anunciar “nos próximos dias” ações relacionadas a esse tema.  

“Simplesmente, um extermínio que está sendo televisionado. O Brasil tem tido um papel importante nesse tema ao longo da história. E o presidente Lula, inclusive, vem denunciando o genocídio desde o início e viemos pedir que o Brasil tome medidas efetivas, adote sanções, que inclusive são respaldadas pelo direito internacional. É desumano. Se a gente naturaliza a barbárie, a maldade no mundo não tem limites”, informou em uma rede social.  

Tem crescido o movimento pelo rompimento das relações entre Brasil e Israel.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) publicaram carta aberta ao governo pedindo que a Petrobras pare de vender petróleo ao governo de Israel.

“Hoje, é evidente a necessidade urgente de um embargo global total de energia e armas para frear o genocídio, além de desmantelar o apartheid e a ocupação ilegal por Israel. Exigir a responsabilização por crimes de guerra e impor sanções não apenas como um dever moral, mas também como responsabilidade legal de todos os Estados”, disseram as federações, em nota conjunta

O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado por palestinos, pede há anos boicote contra Israel em resposta à ocupação ilegal da Cisjordânia e ao cerco contra a Faixa de Gaza, que ocorre pelo menos desde 2007.

Israel considera que o BDS representa ameaça à existência do Estado israelense e encara o movimento como tentativa de deslegitimar Israel frente à comunidade internacional, além de visar prejudicar sua economia.

Agência Brasil

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Brasil

Maioria do STF vota a favor da responsabilização das redes sociais

Placar da votação é de 6 votos a 1 até o momento.

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Foto: Pixabay

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta-feira (11) a favor da responsabilização das plataformas que operam as redes sociais pelas postagens ilegais feitas por seus usuários.

Até o momento, o placar da votação é de 6 votos a 1 para que as plataformas sejam responsabilizadas civilmente na Justiça pelos conteúdos ilícitos, como postagens antidemocráticas e contra o sistema eleitoral, discursos de ódio (racismo e homofobia), incitação de crimes contra autoridades e transmissão de lives que induzem ao suicídio e à automutilação de crianças e adolescentes. 

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Após a formação da maioria, o julgamento foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (12), quando os demais ministros votarão a tese jurídica que vai definir as regras para aplicação da decisão.

A Corte julga a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

De acordo com o dispositivo, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo. 

Votos

Na sessão de hoje, o ministro Gilmar Mendes considerou que o Artigo 19 é “ultrapassado” e que a regulamentação das redes sociais não representa uma ameaça à liberdade de expressão.

Para o ministro, o “modelo de irresponsabilidade das plataformas” não pode ser mantido.

“A retórica corporativa tem instrumentalizado a liberdade de expressão para preservar modelos de negócio, mantendo o status quo, no qual decisões com impactos profundos sobre a democracia são tomadas de forma opaca e sem prestação de contas”, afirmou. 

Cristiano Zanin votou pela inconstitucionalidade do artigo e afirmou que o dispositivo não é adequado para proteger os direitos fundamentais e impõe aos usuários o ônus de acionar o Judiciário em caso de postagens ofensivas e ilegais.

“Essa liberdade de expressão pode estar sendo mal utilizada para atacar o Estado de Direito, a incolumidade física das pessoas, inclusive crianças e adolescentes”, afirmou Zanin.

Nas sessões anteriores, os  ministros Luiz Fux e Dias Toffoli votaram para permitir a exclusão de postagens ilegais por meio de notificações extrajudiciais, ou seja, pelos próprios atingidos, sem decisão judicial prévia.

Luís Roberto Barroso diz que a ordem judicial é necessária para a remoção somente de postagens de crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria”). Nos demais casos, a notificação extrajudicial é suficiente para a remoção de conteúdo, mas cabe às redes o dever de cuidado para avaliar se as mensagens estão em desacordo com as políticas de publicação.

O único voto divergente foi proferido pelo ministro André Mendonça, que votou pela manutenção das atuais regras que impedem a responsabilização direta das redes.

Casos julgados

O STF julga dois casos concretos que envolvem o Marco Civil da Internet e que chegaram à Corte por meio de recursos.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google. 

Agência Brasil

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Brasil

Campanha reforça a urgência do enfrentamento ao trabalho infantil

“Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro” é o slogan deste ano.

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Com o slogan “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro”, a campanha deste ano de combate ao trabalho infantil busca estimular a sociedade e o Poder Público a adotarem ações concretas de enfrentamento a essa prática. A iniciativa tem como correalizadores o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a Adolescentes no Trabalho (FNPETI), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça do Trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A campanha vai reunir quatro vídeos com depoimentos de pessoas que revelam como o trabalho infantil afetou suas trajetórias de vida. Os vídeos foram criados com auxílio de inteligência artificial (IA) e retratam personagens fictícios que atuaram no campo, no trabalho doméstico, na mendicância e como influenciadora em redes sociais durante a infância e a adolescência.

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A secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a Adolescentes no Trabalho (FNPETI), Katerina Volcov, enfatiza que combater o trabalho infantil é uma tarefa que envolve ações efetivas do Estado, da sociedade e da família. “O enfrentamento ao trabalho infantil exige que compreendamos a complexidade dessa violação de direito e que precisamos enfrentar com firmeza e articulação. Estamos diante de uma realidade que se transforma cotidianamente. Além das formas já conhecidas, novas modalidades como o trabalho infantil digital e o empreendedorismo infantil vêm sendo naturalizados pela sociedade. Precisamos romper com mitos e novos modelos difundidos. Necessitamos que a sociedade compreenda que, independentemente do meio, trabalho infantil é violação de direito. Nessa perspectiva, o FNPETI tem atuado ativamente na busca de soluções para o enfrentamento às piores e novas formas de trabalho infantil”.

Durante o mês de junho, as instituições pretendem difundir informações sobre o trabalho infantil e a necessidade de intensificação das ações de erradicação dessa grave violação de direitos de crianças e adolescentes.

Segundo dados da PNAD-Contínua 2023 do IBGE, o Brasil registrou 1,607 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade em situação de trabalho infantil em 2023. O levantamento também apontou que o Brasil tinha 586 mil crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade exercendo as piores formas de trabalho infantil em 2023.

A coordenadora nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) do MPT, Luísa Carvalho Rodrigues, destaca que os dados evidenciam uma retomada dos esforços do Brasil para erradicar o trabalho infantil, mas que ainda temos muito a avançar. “Os dados da PNAD-Contínua 2023 são uma sinalização positiva de que o Brasil está retomando um caminho de redução de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. No entanto, esse ritmo ainda é insuficiente para a erradicação dessa violência e indica o descumprimento ao compromisso internacional assumido na Meta 8.7 da Agenda 2030 – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Além disso, espera-se que em breve ocorra a divulgação dos dados do Censo 2022, para melhor orientar as necessárias políticas públicas de enfrentamento ao trabalho infantil.”

“A campanha deste ano ilustra, de forma contundente, as consequências devastadoras do trabalho precoce na vida de uma pessoa. Crianças submetidas a essa realidade têm seus direitos a uma infância livre e protegida violados, substituindo brincadeiras e educação por responsabilidades laborais precoces”, disse o coordenador nacional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho, o ministro Evandro Valadão. “Embora o Brasil não deva conseguir cumprir a meta de erradicar todas as formas de trabalho infantil até 2025, a Justiça do Trabalho mantém o compromisso institucional de intensificar esforços para alcançar esse objetivo o quanto antes nos próximos anos”, completou.

Meta 8.7

A Meta 8.7 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) prevê a erradicação do trabalho infantil em todas as suas formas até 2025. A eliminação efetiva do trabalho infantil é ainda um dos cinco Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho da OIT.

Segundo os dados mais recentes da OIT e do UNICEF, cerca de 160 milhões de crianças e adolescentes – 63 milhões de meninas e 97 milhões de meninos – estavam em situação de trabalho infantil no início de 2020. Dessas, 79 milhões estavam envolvidas em atividades perigosas que colocam em risco sua saúde, segurança e desenvolvimento moral.

Mesmo com os avanços no combate a essa violação de direitos – são 86 milhões de crianças a menos em situação de trabalho infantil do que em 2000 – os países não cumpriram o compromisso coletivo de acabar com essa prática até o ano 2025.

“Erradicar o trabalho infantil no século XXI não é uma batalha solitária, mas uma meta compartilhada. É um somatório de atuações decisivas e articuladas entre governos, organizações de trabalhadores e empregadores e a sociedade civil para que possamos avançar. Embora os marcos legais estejam estabelecidos, persistem grandes lacunas na implementação. Temos que garantir que nenhuma criança seja privada de sua infância e de uma educação”, disse o diretor do Escritório da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro.

O coordenador nacional de Fiscalização do Trabalho Infantil da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Roberto Padilha Guimarães, esclarece que toda criança que trabalha perde a infância e o futuro, porque o trabalho infantil priva crianças e adolescentes de um desenvolvimento pleno e do acesso à educação, perpetuando ciclos de pobreza e desigualdade. “O dia 12 de junho, Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, é uma data relevante para sensibilizar e chamar a atenção da população brasileira e mundial para esta grave violação aos direitos de crianças e adolescentes, bem como para reforçar a necessidade de cooperação entre poder público, empregados, empregadores, entidades sindicais e sociedade civil para erradicar esta prática e criar um ambiente onde todas as crianças possam crescer livres da exploração e ter acesso a oportunidades que lhes permitam um futuro digno.”

12 de junho

O dia 12 de junho é o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, instituído por meio da Lei n. 11.542/2007, oportunidade para informar, debater e dar destaque ao enfrentamento à grave violação de direitos que é o trabalho infantil.

Anualmente, as campanhas são realizadas nessa data para motivar uma reflexão da sociedade sobre o trabalho infantil e suas consequências, assim como para garantir a crianças e adolescentes o direito de brincar, estudar e ter vivências próprias da infância e adolescência.

Para marcar a data, também será realizado o Seminário Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, no dia 25 de junho, em Belém (PA). Com o tema “Para além de 2025: Desafios do presente e perspectivas futuras”, o evento reunirá especialistas para debater os desafios atuais do trabalho infantil como suas novas formas na Internet, os impactos das mudanças climáticas e o papel das políticas públicas no combate a essa grave violação de direitos. O seminário é uma iniciativa do FNPETI, do MPT, do MTE, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Justiça do Trabalho (JT) e da OIT. Inscreva-se preenchendo o formulário disponível no site www.fnpeti.org.br.

Ascom / MPT-PB

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