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Ciência

Fiocruz aponta efeito promissor de remédio usado contra Aids

O estudo realizado in vitro constatou que o medicamento atazanavir é capaz de inibir a replicação do novo coronavírus.

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Um remédio usado comumente no tratamento da Aids e fabricado em larga escala no Brasil tem um efeito promissor no combate à covid-19 – superior mesmo ao da cloroquina, considerada eficaz pelos governos de Donald Trump, nos EUA, e de Jair Bolsonaro, em teste em vários países. É o que mostra uma pesquisa da Fiocruz.

O estudo realizado in vitro constatou que o medicamento atazanavir é capaz de inibir a replicação do novo coronavírus, além de reduzir a produção de proteínas que estão ligadas ao processo inflamatório nos pulmões e, portanto, ao agravamento do quadro clínico da doença. Os especialistas também investigaram o uso combinado do atazanavir com o ritonavir, outro medicamento utilizado para combater o HIV.


O estudo foi publicado no domingo, 05, na plataforma internacional BiorXiv, em formato de pré-print, seguindo a tendência dos estudos feitos em meio a emergência sanitária. Como se trata de uma substancia usada há muito tempo em segurança, o remédio pode ser testado imediatamente em seres humanos.

“A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a ciência pode fornecer para ajudar no combate à covid-19, juntamente com a adoção dos protocolos de distanciamento social já em curso”, aponta o virologista Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), principal autor do estudo.

Considerando que trabalhos científicos anteriores já haviam apontado os inibidores de protease (substancias que inibem a replicação viral) em geral como substancias promissoras na busca de medicamentos para o novo coronavírus, os pesquisadores voltaram seus olhos para o potencial de uso do atazanavir em particular.

Além de inibir a replicação viral, ele também apresenta ação no trato respiratório, o que chamou a atenção dos cientistas na fase de seleção das substâncias a serem investigadas.

Os pesquisadores realizaram três tipos de análises: observaram a interação molecular do atazanavir com o vírus SARS-CoV-2, realizaram experimentos com esta enzima e testaram o medicamento in vitro, em células infectadas. Também foram realizados experimentos comparativos com a cloroquina, que vem sendo incluída em diversos estudos clínicos mundialmente. Neste caso os resultados obtidos apenas com o atazanavir e em associação com o ritonavir foram melhores que os observados com a cloroquina.

“Não se trata de uma competição; quanto mais substancias promissoras, melhor”, frisou Moreno. “Se a cloroquina fosse 100% eficaz, não teríamos mais nenhuma morte por covid-19. Mesmo que ela seja aprovada como tratamento padrão, muita gente não poderá usá-la, devido aos efeitos colaterais, então é sempre positivo termos alternativas.”

A pesquisa, coordenada pelo CDTS/Fiocruz, envolve também cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) – incluindo os Laboratórios de Vírus Respiratórios e do Sarampo, de Imunofarmacologia, de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas, e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), além do Instituto DOr de Pesquisa e Ensino e da Universidade Iguaçu.

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Ciência

Mulheres cientistas revelam desafios da carreira

Dia Internacional de Mulheres na Ciência mostra carreiras no setor.

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Desde menina, ela já dava aulas às bonecas sobre a estrutura do átomo e como dominar a transformação da matéria. Sonhava em ser professora, mas primeiro se formou em medicina, porque acreditou que esse era o caminho de unir as aptidões. 

“Eu sempre quis ser professora, talvez pelo fato de minha mãe acreditar que esse é o ofício mais honrado, e também por acreditar que tenho necessidade de cuidar e orientar. Fazer medicina foi o meio. Sempre me interessei pela ciência da vida e do indivíduo, e na minha cabeça de 18 anos, além de ser desafio para uma pessoa comum como eu, iria me trazer experiências humanas extraordinárias, dignas de Tolstoi, mas em campo de batalha hospitalar, em que o oponente e companheiro seria a doença”.

Foi assim que a cientista Rebecca Stival, pneumologista dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), e mestranda em medicina interna pela Universidade Federal do Paraná, conta como iniciou a carreira. Atualmente, estuda impactos e tratamentos de enfisema na doença pulmonar obstrutiva crônica.

No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado nesta sexta-feira (11), a Agência Brasil conversou com duas cientistas para apresentar panorama sobre o mercado de trabalho na área e como as meninas de hoje podem se tornar cientistas.

Papel da mulher na ciência

As contribuições que as mulheres podem oferecer à ciência, tecnologia e inovação são inúmeras, a começar pela resiliência, diz Rebecca. “A mulher tem como prerrogativa a resiliência. Por isso, o seu olhar para a ciência se torna importante. Acredito que por termos enorme capacidade de adaptação, que inclusive é biológica – basta olhar para uma mulher gestante, todas as variações hormonais e modificações corporais que ocorrem ao longo de nove meses –  enfrentamos adversidades e geramos soluções práticas rapidamente”.

Ela cita uma das mais famosas cientistas da história, Marie Curie, como  exemplo de resiliência às frustrações e resposta rápida e prática às adversidades. “Basta lembrar de sua contribuição para a realização de radiografias durante a Primeira Guerra Mundial, que beneficiou muitas pessoas em campo de batalha. Ela conseguiu transformar conhecimento de bancada em ferramenta de utilidade pública, outra característica importante de um cientista.

No entanto, o caminho para conquistar esse espaço não é fácil, e os homens ainda são maioria na área. De acordo com o relatório “A Jornada do Pesquisador pela Lente de Gênero”, publicado pela empresa holandesa Elsevier em 2020, a participação de mulheres nos mais diversos campos da ciência oscila entre 20%.

O Brasil figura entre os mais próximos do equilíbrio na proporção entre homens e mulheres na autoria de artigos científicos, com 0,8 mulher por cada homem. O desempenho é superior ao do Reino Unido, com 0,6, e ao dos Estados Unidos e da Alemanha, ambos com 0,5.

Para a professora e coordenadora de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Cristina Baena, os desafios podem ser resumidos na questão da produtividade. “Se você olha, a produtividade anual das mulheres é a mesma, mas ao longo da carreira elas produzem menos, porque ficam menos tempo que os homens em papel de liderança na produção acadêmica e científica. Isso ocorre por causa da dificuldade da mulher de se manter nessa carreira juntando todas as responsabilidades que acumula”. 

Para a professora Cristina Baena os desafios das mulheres podem ser resumidos na questão da produtividade
Cristina Baena: desafios das mulheres podem ser resumidos na questão da produtividade – Arquivo pessoal

Na opinião da pesquisadora, há como incentivar a carreira da mulher cientista. “São questões básicas: por exemplo, a bolsa da pesquisadora deve levar em consideração a maternidade. Hoje, a gente não tem estrutura para acolher os filhos das pesquisadoras nem em eventos científicos, o que dificulta a presença delas. É preciso dar condições para essas mulheres continuarem na carreira, porque quando conseguem, há impacto muito importante na formação de recursos humanos e na produção científica”, defende Cristina, que passou por esse desafio e dividiu o tempo entre a criação de um filho enquanto fazia mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Muito antes da pandemia, Cristina tinha rotina muito comum à das mães que trabalharam e ainda trabalham em tripla jornada em casa, devido ao distanciamento social. “Houve período em que tive que fazer muitas escolhas difíceis, sobretudo financeiramente, porque vivia com a bolsa de doutorado. A minha receita diminuiu muito porque a bolsa no Brasil hoje tem valor muito pequeno, e me lembro claramente de um período em que tinha de responder e-mails em inglês para líderes internacionais. Ao mesmo tempo, precisava cozinhar o feijão, tinha que terminar a limpeza da casa e tinha que escrever um artigo, ir à reunião da escola do meu filho, então fui muito desafiada em todos os sentidos. Acho que se a gente não tem muita persistência, não tem ajuda, apoio, é natural que acabe desistindo mais cedo da carreira científica.

Hoje, Cristina Baena é coordenadora do ambulatório pós-covid montado pelo Hospital Universitário Cajuru, em parceria com a PUCPR, em Curitiba (PR), e coordenadora do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. Ela participou de dezenas de estudos para compreender o comportamento da covid-19. O ambulatório que Baena coordena estudas as sequelas da doença e práticas para reverter esses problemas.  

Equidade na ciência

O último relatório do Fórum Econômico Mundial mostrou que a desproporção de gênero no trabalho aumentou, e apenas daqui a 267 anos o equilíbrio será alcançado. Ou seja, a atual geração de mulheres cientistas ainda não verá equidade na área, mas indica os caminhos para chegar lá.  

Para Rebecca Stival, salários iguais são o primeiro passo. “Buscar equiparação salarial nas funções que a mulher representa. Em 1928, [a escritora] Virginia Woolf já nos contou que só há possibilidade de criação depois de garantido o pão, a independência financeira. E é fato que a pesquisa no Brasil recebe pouco ou nenhum financiamento. Pesquisadores de dedicação exclusiva são raros”. 

A segunda medida, completa a cientista, é garantir equidade de acesso às mulheres, considerando seu papel intrínseco na perpetuação da espécie. “Apesar de direitos já adquiridos, mas ainda não completamente respeitados, o período de gestação e criação de uma criança, mesmo nos dias atuais – pasmem – ainda pode significar retrocesso profissional. E digo isso, pois já fui questionada, em entrevista de acesso a uma das minhas especializações, sobre o meu relacionamento conjugal e o meu desejo de ser mãe. Isso foi pelo menos uns 50 anos depois de minha mãe conquistar o seu CPF”. 

Já Cristina Baena, considera a longevidade na carreira um dos pontos para alcançar equidade. “Acho que vai haver certa equidade na ciência quando tivermos a mesma longevidade de carreira. E também quando a gente aqui no Brasil, principalmente, parar de ouvir que a formação acadêmica científica não é considerada trabalho. São mudanças culturais que a sociedade deve resolver antes de termos essa igualdade”.

Pandemia 

Mulheres cientistas, até então conhecidas somente no meio acadêmico, ficaram famosas no país pelo papel relevante na pesquisa sobre o novo coronavírus e na divulgação, destaca Cristina. “No Brasil, a gente pode citar a Ester Sabino, a Jaqueline de Jesus, que decodificaram o genoma dos primeiros casos de covid-19 em tempo recorde – informação que ajudou o mundo inteiro a combater a doença. Tivemos na mídia também algumas cientistas que fizeram papel muito importante de comunicadora, como Natalia Pasternak e Margareth Dalcolmo que são ótimos exemplo. A Mellanie Fontes Dutra é excelente exemplo no Twitter. A Luana Araújo, com formação científica, também se colocou de forma muito firme contra onda de fake news que estava tomando conta do país naquele momento”. 

Ela acredita ainda que outros exemplos servirão de inspiração. “Em níveis individuais e dentro dos hospitais, na produção de conhecimento rápido da pandemia, tivemos mulheres com papéis fundamentais. Tenho a impressão de que isso ajudou a inspirar algumas meninas que vêm na mulher cientista a contribuição que pode ser dada à sociedade”.

Rebecca Stival reforça: “As mulheres representam a maioria dos profissionais dedicados ao cuidado das pessoas, cuidar é uma prerrogativa da mulher. Somos aproximadamente 79% da força de trabalho na área da saúde. Apesar de o Ministério da Saúde ser ocupado por um homem, as batalhas na pandemia foram lideradas, em sua grande maioria, por mulheres cientistas”. 

Conselho 

Rebecca dá um conselho às meninas que têm o sonho de ser cientista. “Resiliência. Outras vieram antes para garantir o que conquistamos até agora, temos que persistir para assegurar plena equidade às que virão depois”. 

Cristina Baena dá a mesma sugestão feita às alunas que orienta em pesquisas na universidade. “Sobretudo no Brasil hoje, a formação e a carreira científica devem ser plano quase familiar. Porque vai haver ausências na família. É bom que alguém possa cobrir esse papel, um parceiro ou equivalente, que ajude na criação e na presença com os filhos. É uma sensação de recompensa muito grande quando a gente percebe que conseguiu produzir conhecimento, que é aplicado na ponta e tem impacto na vida das pessoas”, afirma.

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Ciência

Blue Origin r​ealiza voo espacial com ‘Capitão Kirk’, de ‘Jornada nas estrelas’, nesta quarta

William Shatner fez ‘bate-volta’ de 10 minutos ao espaço com outros três passageiros. A 2ª missão tripulada aconteceu cerca de três meses após viagem de Jeff Bezos.

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Foto: Reprodução/AFP

A Blue Origin, empresa de turismo espacial do bilionário Jeff Bezos, realizou mais uma missão tripulada nesta quarta-feira (13). A transmissão teve início às 10h30 (horário de Brasília). A bordo esteve o ator William Shatner, de 90 anos, que interpretou o capitão James T. Kirk na série “Jornada nas estrelas” (“Star trek”).

Veja outros destaques da empreitada:

  • O NS-18 marca a 18ª missão da cápsula New Shepard. Este foi o 2º voo tripulado da Blue Origin, que, em julho, enviou Jeff Bezos e outras três pessoas ao espaço.
  • Shatner se tornou na pessoa mais velha no espaço, superando Wally Funk, de 82 anos, a mulher que participou da viagem de Bezos.
  • O lançamento aconteceu em uma base no oeste do Texas, nos EUA, mesmo local de onde partiu o foguete com o dono da Amazon.
  • A viagem foi no estilo “bate-volta”, de cerca de 10 minutos de duração, como a que o dono da Amazon fez. Ela estava marcada para a última terça-feira (12), mas foi transferida “devido aos ventos”, disse a Blue Origin.

Como foi o voo

Os tripulantes fizeram um novo voo suborbital, como o que Bezos fez. Esse tipo de voo é diferente do realizado pela SpaceX, que manteve turistas na órbita terrestre por três dias.

A missão ultrapassou a Linha de Kármán, que fica 100 km acima do nível do mar. O limite é considerado para definir o início do espaço, mas Nasa e o Exército dos Estados Unidos consideram que a barreira já é superada em uma altitude de 80 km.

Depois do lançamento, o foguete se separou da cápsula, onde ficam os passageiros, e retornou ao solo de forma autônoma. A cápsula também não precisou de piloto e terminou o voo com ajuda de paraquedas.

Os passageiros tiveram sensação de gravidade zero durante 4 minutos. 

Durante a viagem, eles puderam contemplar a curvatura da Terra.

A cápsula reutilizável New Shepard, que será usada no voo, foi batizada em homenagem a Alan Shepard, primeiro norte-americano a chegar ao espaço, em 1961.

Quem são os passageiros

William Shatner

Conhecido por ser o astro de “Jornada nas Estrelas”, William Shatner foi o primeiro ator da franquia de séries e filmes a realmente cruzar a fronteira espacial. Além de ator, ele já atuou como diretor, produtor, escritor e músico.

Com 90 anos de idade, Shatner se tornou a pessoa mais velha a viajar ao espaço. Ele superou Wally Funk, de 82 anos, que esteve no primeiro no voo de Bezos.

William Shatner, astro de ‘Star Trek’, participará de voo espacial da Blue Origin — Foto: Josh Edelson/AFP; Reprodução

“Já faz muito tempo que ouço falar do espaço. Estou aproveitando a oportunidade para ver por mim mesmo. Que milagre”, disse Shatner à Blue Origin.
Nas redes sociais, ele tem comentado sobre a expectativa de participar do voo espacial. “Levarei todos os meus amigos ao espaço em meu coração que está cheio de amor por todos vocês”, publicou.

Em participação na Comic Con de Nova York na última quarta-feira (8), Shatner admitiu que não está tranquilo com a viagem.

“Estou pensando. Vou subir em um foguete e o nosso melhor palpite é que deve dar certo? Eu estou aterrorizado. Eu sou o Capitão Kirk e estou aterrorizado”, brincou.

Audrey Powers

Vice-presidente de missão e operações da Blue Origin, Audrey Powers foi anunciada junto com Shatner como passageira do NS-18. Ela trabalha na empresa de Bezos desde 2013 e supervisiona os voos e a manutenção das cápsulas New Shepard.

Powers, que também é piloto, liderou um processo de anos para certificar a New Shepard para voos tripulados. Antes disso, a executiva trabalhou como vice-presidente da área jurídica da Blue Origin e como controladora de voo da Nasa, agência espacial americana.

Audrey Powers, vice-presidente de missão e operações da Blue Origin — Foto: Blue Origin

“Estou muito orgulhosa e honrada de voar em nome do time da Blue, e estou animada para continuar a escrever a história dos voos espaciais da Blue”, disse Powers.
“Como engenheira e advogada com mais de duas décadas de experiência na indústria aeroespacial, tenho grande confiança em nossa equipe New Shepard e no veículo que desenvolvemos”.

Chris Boshuizen

A presença de Chris Boshuizen, ex-engenheiro da Nasa e cofundador da empresa de satélites Planet Labs, na NS-18 foi confirmada pela Blue Origin ainda em setembro.

“Esta é a realização do meu maior sonho de infância”, disse Boshuizen.

“Mais importante, porém, vejo este voo como uma oportunidade para inspirar estudantes a seguirem carreiras em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e catalisar a próxima geração de exploradores espaciais”, afirmou.

Chris Boshuizen e Glen de Vries, passageiros do 2º voo tripulado da Blue Origin — Foto: Divulgação/Blue Origin

Glen de Vries

Glen de Vries, vice-presidente da Dassault Systèmes e cofundador da Medidata, duas empresas de software, foi anunciado junto de Boshuizen como passageiro do 2º voo tripulado da Blue Origin.

O executivo afirmou que participar do avanço da indústria espacial e um dia oferecer esses recursos para todos é uma “oportunidade incrível”.

“Eu sou apaixonado por aviação e espaço desde que me lembro, então este voo é realmente um sonho que se tornou realidade”, disse.

G1

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Ciência

Jovem brasileira de 18 anos descobre novo asteroide no espaço durante pesquisa para Nasa

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A descoberta foi em agosto deste ano. Laysa Peixoto Sena Lage, que sempre estudou em escola pública, analisou o sistema solar em imagens de telescópio pelo computador de casa, no bairro Flamengo, em Contagem.

O que uma jovem de 18 anos faz da vida? Laysa Peixoto Sena Lage descobre asteroides para a Nasa. Em agosto deste ano, a jovem moradora de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, que sempre estudou em escola pública, fez a descoberta e a batizou de LPS 003, suas iniciais.

Ela se interessou pelo tema no início do ano, quando viu no site da Nasa a campanha de “caça asteroides”. O projeto é realizado em parceria com a The International Astronomical Search Collaboration.

“Desde o início do ano, participo da caçada aos asteroides da Nasa. Eu vejo as imagens pelo telescópio e estudei o sistema solar do instituto no Havaí. Analiso pixel por pixel da imagem, percebo algumas características e valores. Aí fui enviando relatório para eles. Depois de um tempo, eles comprovaram que era um asteroide mesmo e, por enquanto, ele terá as iniciais do meu nome. Ganhei até certificado”, contou Laysa.

A jovem analisava as imagens no computador de casa, no bairro Flamengo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde mora com os pais.

Ela está no 2º período de física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Laysa estudou em uma escola pública e sempre foi apaixonada pelas estrelas.

“É uma experiência indescritível, sempre foi meu sonho poder contribuir com a física, com a ciência (…) sempre fui apaixonada pelas estrelas e o que me deixa mais feliz é que estudei a vida inteira em escola pública, então, independentemente de onde a pessoa estudou, ela pode realizar sonhos e conseguir o que quiser”, comemorou.

A “caçadora de asteroide” faz parte do Observatório Astronômico da UFMG e já está cheia de planos.

“Quero realizar um outro curso da Nasa que se chama Advance Space Academy e também analisar estrelas para saber se há planetas em torno delas”.

Laysa foi medalhista de prata na 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em 2020, e chegou à final da Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica, sendo contemplada com medalha de bronze.

Do G1

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