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Saúde

Pandemia impacta vida de pessoas com diabetes no Brasil, diz pesquisa

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Assim que foi decretada a quarentena em São Paulo, o aposentado de 87 anos Antonio Fernandez foi passar o período de isolamento com a filha no interior de Minas Gerais. O isolamento está protegendo o ex-comerciante da pandemia do coronavírus, mas alterou sua diabetes tipo 2, revelou a filha dele.

“[Ele] acabou comendo mais carboidratos, como o pão do churrasco. Ele saiu da rotina. É como se estivesse em férias, cada dia dá vontade de comer uma coisa. Acho que essa memória afetiva de estar juntos, faz com que a gente queria sempre comer uma coisa que faz relembrar o que a gente comia antes. Acho que isso deve ter atrapalhado”, diz a professora Angela Campos, filha de Antonio.

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O próprio aposentado admite que está comendo mais e sem regras. “Antes eu fazia a minha comida, comia o que queria, agora é diferente. Essa quarentena atrapalhou meus hábitos alimentares”, diz o aposentado, que é espanhol e segue a dieta mediterrânea, rica em peixes e frutos do mar, frutas e legumes.

Assim como Antonio, milhares de brasileiros com diabetes tiverem suas dietas alteradas em razão da quarentena. É o que revela uma pesquisa inédita feita com 1.701 brasileiros com diabetes e que mostrou como a pandemia por covid-19 alterou seus cotidianos, controle da doença, padrão de alimentação, atividade física, acesso a medicamentos e serviços de saúde.

Menos exercícios

Realizada entre 22 de abril e 4 de maio, em ambiente online, o estudo identificou que 59,5% dos entrevistados apresentaram redução nas atividades físicas; 59,4% observaram variação na glicemia e 38,4% adiaram ou cancelaram suas consultas médicas. A pesquisa foi coordenada pelo vice-presidente da International Diabetes Fedaration (IDF), Mark Ugliara Barone, também membro do Departamento de Educação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

“O distanciamento social ou físico era esperado para que essas pessoas estivessem protegidas. Ao mesmo tempo, não se sabia quais impactos isso teria sobre a rotina e os comportamentos dessas pessoas, o que acabou levando à piora da glicemia de boa parte dessa população. Como se sabe, o aumento dos níveis ou da variabilidade da glicemia levam esses indivíduos a um grupo de risco ainda muito mais elevado para gravidade da covid-19, se infectados”, disse o pesquisador.

Para Barone, entre os comportamentos de destaque que possivelmente contribuíram para esse impacto sobre a glicemia, destacam-se a redução de atividades físicas e o cancelamento ou adiamento de consultas e exames. “Neste momento, essas pessoas deveriam ser orientadas e ter suas terapias ajustadas à nova rotina por profissionais de saúde”, disse.

Medicamentos

Outro dado que chamou a atenção do pesquisador é que 79% não receberam seus medicamentos e insumos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o período de 90 dias. “[Essa seria a] principal medida para proteger essa população para evitar saídas mensais de casa para retirar medicamentos e se expor ao risco de contágio no transporte, em UBSs [unidades básicas de Saúde] ou farmácias públicas”. De acordo com a pesquisa, 5,8% deixou de retirar seus medicamentos para autocuidados.

Dos entrevistados, 61,2% afirmaram serem usuários do SUS – de modo exclusivo ou parcial – para a realização de consultas e outros serviços médicos. No período aferido, 78,6% das pessoas deixaram de fazer suas consultas regulares – 38,4% adiaram suas consultas médicas e 40,2% não efetuaram agendamentos desde o início da pandemia.

O estudo investigou o acesso à medicação para continuidade de tratamentos. Os dados mostraram que 64,5% receberam remédios e suprimentos por meio do SUS; 49,9% precisaram sair de casa para pegar a medicação e 44,3% apontaram ter amigos ou familiares que se disponibilizaram a realizar tal atividade. Usuários do sistema privado de saúde revelaram efetuar compras de medicamentos por meio de entrega em domicílio ou possuírem estoques de remédios e suprimentos médicos para sua aplicação ou para aferição glicêmica.

Hábitos alterados

A pesquisa também investigou comportamentos alimentares e relacionados à prática de atividades físicas. Dentre os entrevistados, 29,8% revelaram aumento na ingestão de alimentos. Ao mesmo tempo, 59,5% diminuíram a frequência de atividades físicas (44,8% tiveram um declínio elevado). Perguntados sobre o tempo dedicado à TV e internet, 48,8% apresentaram aumento junto ao primeiro equipamento. Quanto ao segundo dispositivo, o tempo despendido cresceu 53,5%.

De acordo com o pesquisador, medidas efetivas precisam ser tomadas de imediato para não piorar ainda mais a situação das alterações na glicemia. “Sabemos que, apenas com gerenciamento adequado da glicemia, as pessoas com diabetes podem ter uma vida saudável. Do contrário, além de se colocarem em um grupo de maior risco para quadros graves da covid-19, podem desenvolver complicações agudas e crônicas com consequências muito severas tanto a elas mesmas e suas famílias (perda de visão, hemodiálise, etc.), como para a sociedade e sistema de saúde, visto que o custo para o tratamento dessas complicações é muitas vezes maior do que o custo para prevenção e tratamento de diabetes”.

Barone alerta, portanto, que as medidas que deveriam atender 100% dessa população, e não apenas 21%, como é o caso do fornecimento de medicamentos para 90 dias – devem ser ampliadas. “Essas pessoas devem ser orientadas sobre atividades físicas, nesse período, e serem informadas sobre como acessar o sistema de saúde de forma segura (por meio de telemedicina, por exemplo) para que tenham suas terapias adequadamente ajustadas”.

Questionários

Realizada por meio de questionário de múltipla escolha, a pesquisa teve público majoritariamente feminino (75,5%), de 18 a 50 anos (70,7%). Dentre eles, 60,7% afirmaram apresentar Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) e 30,7% Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2). O grupo com mais jovens, com DM1, mostrou-se mais suscetível a apresentar sintomas da covid-19, embora não tenham sido testados.

O grupo com DM2 demonstrou maior propensão a relatar comorbidades, que são fatores de risco que elevam as chances de agravamento da doença causada pelo novo coronavírus, como hipertensão arterial, obesidade. Constatou-se que 95% dos entrevistados realizaram isolamento social e 27% não saíram de casa após o início da pandemia.

Os dados surpreenderam o pesquisador. “Aqueles indicando que essas pessoas estavam realmente seguindo as orientações para ficar em casa, mas, ao mesmo tempo, já no início da pandemia, quase 60% observaram alteração da glicemia [31,2% com aumento da variabilidade da glicemia, 20% aumento dos níveis e 8,2% com redução]. Outro dado surpreendente foi o baixo número de testes nessas pessoas quando apresentavam sintomas da covid-19, mesmo sabendo que diabetes é um dos principais fatores de risco para agravamento da doença”, disse.

De acordo com o estudo, 91,5% das pessoas mantiveram a rotina de monitorização da glicemia em casa. A partir desse acompanhamento, constatou-se que 59,4% apresentaram variações (8% observou hipoglicemia, 20% hiperglicemia e 31,2% grande variabilidade, em comparação ao período anterior à pandemia). Segundo os dados, pessoas que utilizam serviços públicos de saúde relataram mais episódios de hiperglicemia. Usuários do sistema privado apontaram maior estabilidade nos índices de glicemia.

A pesquisa foi publicada no periódico científico Diabetes Research and Clinical Practice, que publicou uma edição especial com trabalhos realizados sobre covid-19 em vários países, inclusive esta, do Brasil.

Agência Brasil

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Saúde

Saúde da Paraíba é contemplada no PAC com R$ 435 milhões para Hospital de Trauma do Sertão, Policlínicas, Maternidades e Centros de Parto Normal

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O Governo da Paraíba foi contemplado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área da Saúde com um investimento de R$ 435 milhões. O valor corresponde à construção de policlínicas, maternidades, centros de Parto Normal, e do hospital de Clínicas e Traumatologia do sertão, ação que vai fortalecer e intensificar a regionalização da saúde do estado. 

De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra, serão construídas duas policlínicas que irão atender a 1ª e 2ª macrorregião de Saúde, uma em João Pessoa e outra em Campina Grande, somando mais de R$ 48 milhões. O gestor também disse que serão instalados dois centros de Parto Normal, um no Hospital Regional de Guarabira e outro na Maternidade Peregrino Filho, em Patos, no valor de R$ 100 mil cada. Além de duas maternidades, sendo uma de porte I em Sousa, no valor de R$ 103 milhões, e outra de porte II em Campina Grande, no valor de R$ 153 milhões.

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Jhony Bezerra também destaca a construção do Hospital de Clínicas e Traumatologia do sertão, em Patos. Ele enfatiza que a obra, no valor de mais de R$ 130 milhões, cuja contrapartida estadual é de R$ 23 milhões, será um marco da gestão no estado, já que a unidade levará serviços e atendimento à população da 3ª macrorregião e municípios adjacentes, fortalecendo assim a regionalização da Saúde.

“Essas são obras importantes que ajudarão o Governo da Paraíba a continuar qualificando a assistência aos paraibanos e paraibanas. Iremos levar mais serviços de média e alta complexidade para a população, possibilitando agilidade no atendimento, oferta de exames e cirurgias, e disponibilizando profissionais preparados para atender os pacientes dessas regiões. É um grande avanço proporcionado pelo Governo Federal, que será executado por meio da Secretaria de Estado Saúde”, pontuou.

Os investimentos do PAC possibilitam a expansão e cobertura do atendimento com médicos de diferentes especialidades, definidas com base no perfil da população em regiões com vazios assistenciais. O programa garante a ampliação das redes de atenção primária e especializada de saúde, fortalecimento da saúde digital, preparação para emergências sanitárias e aumento da capacidade produtiva nacional de fármacos e vacinas.

Secom

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Saúde

Programação da Funad destaca Dia Internacional da Síndrome de Down

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O Governo da Paraíba, através da Fundação Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), promove, a partir desta segunda-feira (18) até a quinta-feira (21), a programação alusiva ao dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado dia 21 de março. Este ano, o tema da campanha é “Chega de estereótipos. Abaixo o capacitismo”. As ações vão ocorrer, na Capital, com atividades que buscam dar mais visibilidade à pessoa com Síndrome de Down, divulgar os serviços da Funad, os direitos e, sobretudo ampliar a luta por mais inclusão, respeito e acessibilidade nos diversos setores da sociedade. 

A Funad, através da Coordenadoria de Atendimento à Pessoa com Deficiência Intelectual (Codam), que atende atualmente 200 usuários com Síndrome de Down,   organizou uma programação especial com o objetivo de proporcionar atividades de convivência, lazer, esporte, cultura e recreação às pessoas com Síndrome de Down e suas famílias, refletindo a urgência e relevância de desafiar os preconceitos e estigmas, promovendo a inclusão e a autonomia na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A programação desempenha papel fundamental no desenvolvimento das potencialidades, reforçando o trabalho da reabilitação.

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A atividade terá início na segunda (18), com um momento de acolhimento para os usuários e familiares, através da oferta de serviços como aferição de pressão, ventosas e acupuntura; na terça (19), atividades de ginástica funcional, dança e brincadeiras no Circuito Recreativo T21, na Arena Base Esportes; na quarta-feira (20), pela manhã, os usuários participam de ensaio fotográfico, na instituição.

Para finalizar a programação, na quinta-feira (21), ocorre a 2ª Balada 21, que recebeu esse nome em alusão ao cromossomo 21, característica da Síndrome, a partir das 13h30 na Priscylla’s Hall, com a participação do cantor Ramon Schnayder. Para participar, acesse o link de inscrição no site funad.pb.gov.br. Esse é um momento aguardado com muita expectativa, porque possibilita um espaço de lazer e entretenimento que esse público não costuma acessar. A celebração será conduzida pela Codam e reabilitadores.

Segundo Simone Jordão, presidente da Funad, esse é um mês muito importante para a visibilidade das pessoas com Síndrome de Down. “O Governo da Paraíba e diversas instituições se unem para celebrar a data e debater os avanços nas políticas públicas e lutas do cotidiano da pessoa com Síndrome de Down e suas famílias. Assim, podemos ampliar essas conquistas e buscar novas oportunidades para esse segmento”, destacou.

Secom

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Saúde

Paraíba antecipa vacinação contra influenza e campanha inicia no dia 18 de março

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O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), vai antecipar o início da Campanha de Vacinação contra Influenza para o dia 18 de março. O objetivo é reduzir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus na população-alvo para tomar a vacina. A campanha vai até o dia 31 de maio e a estimativa de público-alvo é de 1.550.252 pessoas.

De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Jhony Bezerra, a antecipação é importante para proteger com antecedência a população que está dentro do grupo prioritário. Ele explica que há uma tendência de crescimento de casos nos meses de abril e maio, por isso a necessidade dos municípios mobilizarem suas equipes para atingir a meta de 90% de cobertura da campanha.

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“Nós já temos o vírus da influenza circulando no nosso estado. Então nós precisamos manter a nossa população protegida, principalmente as crianças, os idosos e as gestantes que são o grupo de maior vulnerabilidade para hospitalização. Em paralelo, estamos estruturando um plano de contingência para a influenza, organizando a rede e capacitando a equipe. Estamos nos preparando para esse período de sazonalidade do agravo”, pontua.

A chefe do Núcleo de Imunizações da SES, Márcia Mayara, afirma que a Paraíba já recebeu as doses da vacina e está repassando para os municípios. Ela reforça que a secretaria está realizando alinhamento com os 223 municípios sobre as estratégias de vacinação e destaca ainda que no dia 13 de abril haverá o Dia D de mobilização.

“A Campanha vai até 31 de maio e nós teremos um dia D de vacinação de mobilização para ampliar o acesso da vacinação para a população que está dentro do grupo prioritário. Reforçamos que, uma vez recebendo as doses, os municípios já podem iniciar, de forma antecipada, a estratégia de vacinação contra influenza”, frisa.

O público-alvo da Campanha de Vacinação contra Influenza é formado por: crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias); trabalhador da saúde; gestantes e puérperas; professores do ensino básico e superior; povos indígenas; idosos com 60 anos ou mais de idade; pessoas em situação de rua; profissionais das forças de segurança e salvamento; profissionais das Forças Armadas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso; trabalhadores portuários; população privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas.

Secom

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