A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira (22/2) a Campanha da Fraternidade de 2023, que tem o combate à fome como tema. A cerimônia de lançamento aconteceu na sede da CNBB, em Brasília, nesta manhã. É a terceira vez que o assunto é escolhido para a campanha, após o retorno do Brasil ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) no ano passado.O tema oficial da campanha foi intitulado “Fraternidade e Fome”, e usa o lema bíblico “Dai-lhe vós mesmos de comer!”, extraído de Mateus 14, 16.
“A primeira vez [que o tema foi a fome] foi em 1975. A segunda vez, dez anos depois, em 1985. E agora, 38 anos depois, o tema lamentavelmente retorna”, discursou o secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado. “Se a fome de uma única pessoa já nos deve incomodar, como nos tornarmos indiferentes diante da fome de milhões de irmãos e irmãs? O fato é a fome e ele nos desafia”, acrescentou.
Segundo estudo divulgado no ano passado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 33,1 milhões de pessoas no Brasil passam fome, o dobro do registrado antes da pandemia da covid-19.
“Campanha nos convida a agir”
Dom Joel classificou a fome, em seu discurso, como um “flagelo humanitário”, e argumentou que o Brasil vive uma situação em que “o modo em que uma sociedade está organizada acaba por deixar muitos de seus filhos e filhas em estado de insegurança”.
Com a Campanha da Fraternidade, segundo o secretário-geral da CNBB, a Igreja Católica visa compreender as causas da fome, ouvir a palavra de Deus e encontrar caminhos de ação. “A Campanha da Fraternidade deste ano optou por destacar o terceiro passo, ou seja, o agir. Mais do que apenas constatar, compreender e denunciar a triste e vergonhosa situação atual de fome no Brasil, a Campanha da Fraternidade nos convida a agir”, disse Dom Joel.
A campanha é realizada todos os anos pela CNBB, no período da quaresma, que se inicia na Quarta-feira de cinzas. No dia 2 de abril, Domingo de Ramos, será realizada a Coleta Nacional da Solidariedade, na qual todas as comunidades da Igreja arrecadam recursos e enviam 40% do total ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), da CNBB, voltado a atender projetos sociais no Brasil. Os outros 60% são utilizados em ações locais, pelas dioceses.
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